Em FAÇA ALGUM BARULHO, dois - andançarinos - confrontados por suas diferenças, reinventam sua expressão. Em seus gestos estão vivas atitudes de danças patrimoniais e de danças urbanas contemporâneas. Explorando estes contrastes provocados pela diversidade, um assume traços da personalidade do outro e este espelhamento provoca uma trama inusitada. Este encontro poderia também ser anunciado como um desafio entre os Lundus - dança brasileira de natureza híbrida, criada a partir dos batuques dos escravos bantos trazidos de Angola e dos ritmos portugueses, e as danças urbanas do hip hop.
O QUE É UM B-BOY? Um b-boy é aquele que se expressa através break beats (nestas batidas os b-boys buscam quebrar todas as regras refazendo constantemente os movimentos do seu corpo ) usando várias combinações ou conjuntos de movimentos do repertório da breakdance. Um verdadeiro b-boy irá adicionar seu próprio estilo para estes diversos conjuntos. Estes conjuntos são inovados através de muita disciplina, dedicação rigorosa e prática durante a session ou prática breakdance. Um verdadeiro b-boy vai dançar a qualquer hora, em qualquer lugar e qualquer dia, quando desafiado ou “chamado para fora”, por outro dançarino ou b-boy/b-girl estabelecendo uma “batalha”. Uma batalha entre um b-boy e outro bailarino ou b-boy, terá show, paz, amor e respeito.
OS PALHAÇOS do ciclo natalino são os personagens mais curiosos das Folias de Reis. Sempre mascarados e vestidos com roupas coloridas, seguram em suas mãos a espada ou facão de madeira, com os quais defendem a bandeira. Se houver um encontro de bandeiras o Bastião deve defendê-la, cruzando sua espada com outros Bastiões sem dó! É o Bastião quem recolhe as ofertas, anuncia a chegada da bandeira nas casas, pergunta se o dono da casa aceita a visita, descobre as ofertas escondidas, “quebra os atrapalhos”, utilizando de gestos ou cerimoniais feitos por quem conhece a tradição.
FICHA TÉCNICA - versão palco
CONCEPÇÃO E COREOGRAFIA | Rodrigo Peres e Rui Moreira
CONCEPÇÃO DE LUZ | Edimar Pinto
VÍDEO CENÁRIO | Mateus Guerra e Gabriela Guerra
FOTOS DA FOLIA DE REIS | Consuelo Abreu
As fotos foram feitas nas folias das cidades de Paraobeba,
Cordisburgo, Matozinhos, Mocambeiro, Jequitibá, Lagoa Santa,
Curvelo e São José Da Serra.
FIGURINO | Elvira Matilde
ELENCO | Rodrigo Peres e Rui Moreira
TRILHA SONORA | sons incidentais rua – Rui Moreira
Acaso são estes – Thomaz Gonzaga
Mouso Teke Soma Ye – Boubacar Traoré
Trecho do Filme Terra deu Terra como - Rodrigo Siqueira
Duração | 50 Minutos
FICHA TÉCNICA - versão rua
CONCEPÇÃO E COREOGRAFIA | Rodrigo Peres e Rui Moreira
FIGURINO | Elvira Matilde
ELENCO | Rodrigo Peres e Rui Moreira
TRILHA SONORA |sons incidentais rua e Techno mix
Duração | 35 minutos
Livre para todas as idades
CRÍTICA
WATER SEBASTIÃO
JORNAL ESTADO DE MINAS
“Há mais de uma década, o bailarino Rui Moreira, ao investigar as fontes da arte afrobrasileira, colocou em pauta um tema importante: as relações entre a contemporaneidade e as tradições. Artista descomprometido das obrigações de pesquisador, ele desenvolveu vários espetáculos – de propostas que visavam acordar memórias adormecidas no espectador a ações sociais que abrem espaço para estéticas de rua.
A criação/pesquisa de Rui Moreira atinge ponto notável em Faça algum barulho. Ele parte de um ponto simples e instigante: o encontro do palhaço de folia de reis com o dançarino de break – com performances admiráveis de Rui e Rodrigo Peres.
Sabiamente, os bailarinos não se detêm no já codificado dessas estéticas, fazendo delas a base para voos coreográficos autorais que só multiplicam a complexidade do que está em cena. Que ninguém imagine relações dóceis entre o “velho” e o “novo”, entre o inovador e o tradicional. Há diálogo, mas também tensão.
Faça algum barulho seduz. É profundamente instigante para todos (inclusive pesquisadores e teóricos) que se interessam em pensar as questões levadas ao palco sem fórmulas simplificadoras, que, muitas vezes, diluem temas essenciais para artes, culturas e sociedades.”
O ENCONTRO
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